“Quanto mais policial na rua, mais o risco de morte acontece”. Após essas declarações do secretário estadual de Segurança Pública (SSP), Ricardo Mandarino, sobre os assassinatos de policiais na Bahia nos últimos dias, o deputado estadual Capitão Alden repudiou, em sessão extraordinária na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) nesta terça-feira (14), a fala do líder da pasta ao site Aratu Online.
Para o parlamentar, que ocupa a vice-presidência da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública na Alba, é de se lamentar a postura do secretário que, para o deputado, deveria pedir exoneração do cargo já que não tem propostas para a mudança de cenário da segurança no estado.
“O conselho que o secretário dá ao policial é ‘vá para a rua e não morra’. Se ele diz que nada pode fazer, qual o papel dele na Secretaria de Segurança Pública? O Governo do Estado tem brincado de fazer Segurança Pública. Esse é o secretário que chama o traficante de vítima, e não o policial, que está diariamente lutando para garantir a nossa segurança. Esse é o recado que os policiais militares que estão em casa, aguardando do Estado a proteção jurídica, o respaldo legal, a atuação da força pública em favor dessas categorias, têm que ouvir. É isso que o pai e a mãe desses policiais que morreram esta semana querem ouvir? Não é isso”, bradou o deputado.
Capitão Alden ainda afirmou que o desejo dos policiais militares, bombeiros militares e policiais civis é de união dos poderes para valorização das categorias.
“Os policiais esperam é uma força tarefa, uma união de todos os poderes constituídos para dar respaldo às ações para partir para cima desta bandidagem que simplesmente se aproveita da legislação leniente, da falta de atuação do Estado e respaldo jurídico a esses policiais civis e militares que estão todos os dias sendo abatidos, principalmente por conta deste governo, que tem se omitido em relação aos principais direitos e garantias dos policiais”, completou o deputado.
Segundo a Polícia Militar da Bahia, em 2021, 48 policiais morreram no estado, sendo 7 em serviço, 22 em suas respectivas folgas, 9 por Covid-19 e 10 na reserva. O número deste ano já supera o do ano passado. Em 2020, foram registrados 41 óbitos de PMs.
Na Polícia Civil, de acordo com dados do órgão, os números também assombram: só neste ano já foram registradas 25 mortes de policiais civis, sendo 1 morte em serviço, 10 na folga, 10 por Covid-19 e 4 aposentados. No ano passado foram 5 óbitos, sendo 4 por Covid-19 e 1 morte em serviço.
Nos últimos dias, três mortes de policiais militares ganharam a mídia. O primeiro, no sábado (11), foi o soldado Antônio Elias Matos Silva, de 31 anos, da Rondesp Sul, quando fazia ronda em Porto Seguro. Dois dias depois, o tenente Mateus Grec de Carvalho Marinho, 35 anos, da Rondesp Atlântico, foi baleado durante confronto com traficantes no bairro de Cosme de Farias, em Salvador. Nesta segunda-feira mais um registro: o policial Joanilson da Silva foi confundido por um ladrão por policiais militares de Petrolina (PE).
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